sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Indefinido - um filme de Cleber Amorim


Fico muito orgulhoso quando tomo conhecimento dos projetos dos amigos. Para mim é uma honra prestigiar o projeto de Cleber Amorim, a quem eu conheço pelo simpático apelido de “Baiano”.

Veio da cidade Teixeira de Freitas para estudar cinema na Faculdade Mauricio de Nassau em Recife (onde o conheci). Depois ele tomou um rumo, foi pra São Paulo fazer o Curso Completo de Cinema Digital na Escola de Cinema Reticom Filmes.

Ele é uma destas pessoas por quem a gente cria um carisma e de cara sabe que vai dar certo na vida. Sempre fiquei curioso pelo que ele nos presentearia.

Cleber tornou-se sócio fundador da Apoena Filmes onde começou a dar vida ao drama que recebeu o nome de “Indefinido”, cujo enredo faz a gente grudar os olhos sobre os personagens e conferir a mente brilhante desse rapaz.

Para saber mais um pouco sobre a obra, indico visitar o blog (link), e conferir a entrevista que dá a ideia exata do que é este roteiro e da criatividade de Cleber.

Como bom amigo e cinéfilo, já tô ansioso para ver o que vem por aí.
Enquanto isso deixo vocês com algumas palavras do diretor:

O Filme aborda dois pontos de vista diferentes, principalmente na relação entre pai e filho e esse jogo de relações que perdura uma vida. Uma das coisas que eu abordo é que devemos deixar as pessoas seguirem seu caminho e às vezes é preciso desprender-se do passado. 

O desafio de realizar esta obra está em fazê-lo com  câmeras DSLR, sem a montagem de cenários e locações bem próximas do que está no roteiro. Com isso pretendemos criar um ambiente que imprima o caráter real nas cenas. A experiência tem sido fantástica. 

Ver sua historia saindo do papel e tomando forma é nada menos que mágico. As cenas que gravamos estão lindas. É de fato um presente para quem conferir o resultado final. Acredito ter me inspirado na relação que tenho com meu pai (Muito boa por sinal), pois há vários elementos na história, que se remetem a minha vida, sobretudo na infância. 

São pequenos detalhes, que dão encantamento ao filme. Meus projetos não tem a pretensão de atingir um perfil de publico especifico, mas o fazem, talvez pelos elementos que escolho. Busco interagir com a essência de cada personagem, tornar a obra um elemento de reflexão e cumprir o papel social que o cinema possui. Por isso digo que “Indefinido” é pra todos os públicos."

 Foto de Edgar Bueno e Julio Melo (diretores de fotografia).


 
SINOPSE: 

David (Murilo Meola) é escritor, ao mesmo tempo em que passa por uma fase de grande bloqueio criativo, recebe a notícia da morte de sua mãe e que seu pai, Arthur (Marcos Zuin), fora internado em um manicômio com um tipo de esquizofrenia. Arthur vive sob o efeito de remédios sem saber quem é e onde vive.

Ao retornar a sua cidade natal, David é obrigado a lidar com as lembranças de seu passado ao lado de sua família. Ele recebe a missão de cuidar de seu pai, que poderá ser submetido a um novo tratamento, que poderá comprometer totalmente sua memória. David então corre contra o tempo para fazer com que seu pai se lembre de seu passado, numa tentativa de evitar o tratamento, ao mesmo tempo em que sofre a pressão de sua editora para terminar um novo livro.

Para saber mais acesse o blog da produção:


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Liberte seus livros



Imagina achar um livro na rua, apaixonar-se pelo enredo de sua estória e depois disso liberta-lo. É nisso que consiste a proposta dos “Livros Livres”, que se inspirou no conceito de Bookcrossing (o ato de esquecer livros para serem achados e passados adiante, como uma corrente em prol da leitura).A ação adota a premissa de promover a adesão de novos leitores e estimular a circulação de livros, que saem das prateleiras e assumem seu papel social no mundo do conhecimento.

A ideia nasceu no 24º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) e foi realizada pela Coordenadoria de Literatura de Pernambuco, órgão ligado a Secretaria de Cultura de Pernambuco. No lançamento do projeto, foram libertos mais de 200 livros em diversos pontos da cidade. A ação ganhou o interesse de muitos leitores que aderiram ao selo feito pela Coordenadoria e passaram a libertar seus livros durante o festival.

E a proposta não se limitou ao FIG. Hoje o projeto já circulou por Pesqueira, Limoreiro e na Região Metropolitana do Recife. Ao todo, foram mais de 800 obras que entraram em liberdade pelas mãos da equipe da Coordenadoria.Esta ação pode contar com sua ajuda. Visite sua estante, veja quais obras pode libertar e passe adiante esta ideia.

Para saber mais, assista o vídeo:




Iai? Que tal libertar seus livros?



Serviço: Livros Livres
Responsável: Coordenadoria de Literatura de Pernambuco
Contato: (81) 3184 3166
E-mail: literatura.secultpe@gmail.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma reflexão sobre a tragédia em Santa Maria/RS


O Brasil chora a perda de nossos jovens em Santa Maria. Eu aqui reflito sobre a ação dos políticos pegando carona nos fatos e querendo mostrar serviço.
Vamos ver se eles vão cumprir as normas e leis que eles criarão depois da tragédia. Hoje tem gente falando em fiscalizar casas de show, proibir, prender e fazer o diabo a quatro.

Se nossa cultura tivesse mais seriedade e compromisso com o outro, muitas dores não precisariam de remédio porque não seriam sentidas.

O que houve em Santa Maria foi um misto de erros e negligência, que interrompeu a vida de jovens bonitos, saudáveis e que ajudariam o Brasil no seu desenvolvimento.  Vi naquela cena meus amigos, meus colegas de profissão e até a mim mesmo.

O que eu pergunto é:

Quem vai colocar ordem nesse cabaré?

Há muitas casas de show irregulares, que não só tem problemas com segurança, mas permitem entrada de menores, exploração sexual, venda e uso de entorpecentes e sabe-se lá mais o quê. Existe muita gente despreparada trabalhando nestes ambientes e sendo dirigida por outras ainda menos conscientes da complexidade de seus papéis. Não falo de nenhuma casa especificamente, mas de um modelo operacional de entretenimento que oprime, é permissivo e até degradante.

Um país que discute a copa, capta milhões para levantar “cidades dos sonhos” e não consegue conviver com suas falhas administrativas e suas fragilidades nas fiscalizações, não merece meu aplauso. Quero saber de quem é a culpa.

Não a culpa de um fato, mas de todos eles. Nossa imagem para a comunidade internacional é o que menos me interessa, mas a imagem que nós mesmos temos do nosso modelo de sociedade. Nossa gente não acredita na justiça, mas continua pagando impostos para manter o poder público funcionando. Nossa gente não acredita na política, mas continua votando e muito mal pelo que noto.

Eu acredito na política e na justiça, mas com nossa vigilância e cobrança. Quero ter o direito de ir e vir, ser feliz na nação que eu escolhi e diz pensar em mim quando me tarifa no IOF, no ICMS, nos mil impostos que eu nem conheço. Infelizmente, são tragédias, perdas irreparáveis e dores que não vão sarar que chamam a nossa atenção. São ações que precisam do olhar atento de cada um de nós, que sai pra se divertir, contrata serviços e pessoas, além de ter que pensar no bem-estar do outro.

Tudo me leva a crer, que nossa  nação não pensa em nós como deveria. Nossos estados, prefeituras e toda a sociedade que aqui habita, precisa não apenas de leis, mas de moral e retidão para viver no que chamamos de comunidade. Diante do choque, todo mundo se curva ao desespero e clama por dias melhores. Daqui a um mês muitos ainda lembrarão. Em um ano, a imprensa, os familiares e os culpados saberão de fato o peso desse momento triste, enquanto nós estaremos na iminência de outro choque para reagir.

É assim que acontece sempre. Daqui a um ano, a mente dos brasileiros irá pensar na Copa e em tudo o que menos necessitamos de fato. É com muito pesar que encerro esta reflexão.

“Depois da agonia, surgem os heróis, mas os corruptos, negligentes e criminosos permanecem anônimos. Vamos rever isso aí Brasil.”




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O carnaval chegou


Para quem ama o carnaval e não pode deixar de conhecer a maior festa gratuita do Brasil, quiçá do mundo. Apresento-lhes a programação oficial do Recife que tem Caetano Veloso, Fafá de Belém, Milton Nascimento, Banda Eddie, Maciel Salú, Otto e muita gente do bem.

A festa aqui fica por conta dos ursos, maracatus, afoxés, troças e todo o colorido que esta terra linda oferece. Fica atento as novidades das atrações da Prefeitura do Recife e da Prefeitura de Olinda que prometem fazer uma edição inesquecível para os foliões neste ano. 

Para saber o que anda nas redes sociais da folia de Momo, acesse:

Carnaval do Recife

Carnaval de Olinda

E todo mundo já sabe...

Se beber, não dirija

Se transar, use camisinha
Se tiver liso, não aperreie os outros
Se for beber, me chame.



Vamos curtir o carnaval na paz!









terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"I love the city, city of Recife"

"Um clipe do Canal Capibaribe que mostra um Recife de muitas façanhas e poderia ser usado para receber os turistas na "Veneza brasileira". Ajuda, divulga e vai lá conhecer o trabalho da galera que é sempre tão criativa. 

#Recomendo



Não estressa, já já sai a agenda oficial do carnaval.




Quem gosta de frevo já sabe que o carnaval de Pernambuco é um dos mais famosos do mundo. Em 2013, a festa promete ser boa, mas cadê a programação?

É isso mesmo, todo mundo esperando pra saber quais as atrações de Olinda, Recife e dos polos da FUNDARPE e até agora não saiu. Calma gente!

Depois de um ano político toda a estrutura pública se adapta ao mundo das indicações dos cargos de confiança, das mudanças de modelo de gestão e os municípios, que tem seus novos e ou velhos prefeitos está nesse contexto. Não culpo os profissionais, mas a máquina pública, que muitas vezes leva um tempo longo para fazer o que a vida real precisa.

Então, vai preparando a fantasia, caprichando na alegria, que já já saem as benditas programações dos polos de Olinda e Recife.

Enquanto isso, fica com as dicas das festinhas e previas mais animadas da capital:










"Clique nos links acima para visualizar"



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Um olhar sobre a cidade



Bem-vindos a Recife, terra projetada por Maurício de Nassau, encantada por Abelardo da Hora, exaltada pelos frevos de Capiba e eternizada pelo Chico e sua ciência encantada. Terra das voltas do Capibaribe, dos caminhos do Beberibe, das pontes, e overdrives. 

Cidade de João que era amigo de João, que depois do descontentamento deram vida a era Júlio. Sim, essa cidade é um jardim de novidades que surgem da política, mas um “bom lugar para se fazer dinheiro”. A antiga província dos mascates agora vislumbra os investimentos na Copa de 2014, os projetos de expansão do Cais José Estelita e um Novo Recife Antigo (tenho medo do que esse lugar possa se tornar). 

Aqui você pode saborear bons cafés (Delta e Castigliani) e a deliciosa água de coco da praia de Boa Viagem. Como toda cidade grande, a nova moda é passear nos shoppings, esperar nas filas de restaurantes sofisticados e usar seu dinheiro para comprar um apartamento nos prédios inteligentes que surgem a cada semana. A era do consumo (in)sustentável tem dessas coisas, contudo, sem perder o discurso do verde (que é do mesmo tom do dólar) e do desenvolvimento (que é para poucos).

Na terra onde o Morro tem uma santa milagrosa, onde Oxum comanda com sua vaidade e o Torá tem suas raízes, há muitos excluídos em nome do progresso. Hellcife, terra onde a desigualdade é descentralizada em seis regiões administrativas e a inovação é moeda corrente, o calor está em toda parte, menos no coração de quem deveria. São incontáveis os cidadãos que ainda moram nas ruas dessa cidade. São pessoas com transtorno mental, idosos abandonados, dependentes químicos, desempregados, adolescentes, homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e até famílias inteiras, que sem um teto, passam a morar nos logradouros sem a cobertura efetiva do que prevê a Política Nacional de Assistência Social. De fato eu questiono o papel da Prefeitura, que possui uma rede sócioassistencial insuficiente e capenga (sei por que já fui da área e conheço a fundo as políticas implementadas até hoje).

Nestes tempos aonde a família vem perdendo seu significado primário e a individualidade ganha força com o capitalismo, Recife sofre com o caos dos grandes centros urbanos. Os problemas existem, mas eu acredito nas soluções. Acredito que existam pessoas interessadas em cooperar e tornar este lugar um ponto de referência no trabalho social. Acredito nas organizações sérias (exceto aquelas que recebem dinheiro público para viver da pobreza).

Neste cantinho do paraíso, a cultura é o maior patrimônio, mas a rádio não toca sem jabá, não divulga o que tem de bom, feito pelo povo e para  povo. Os mais velhos falam de uma tal Rádio Frei Caneca que vai sair sabe-se lá quando. 

Não temos um modelo de projeto de fruição cultural de bens e serviços, mas divulgamos que somos criativos e aqui há um dos maiores potenciais para a produção cultural. Todo mês surge um projeto revolucionário que não dura mais de um semestre.

Calma, nem tudo é tão caótico nesse trechinho de terras pernambucanas. Aqui é a terra da bicicletada, que todos os meses promove seu grito alegre e ganha força dia após dia. São adeptos de todas as idades, credos e classes sociais, que tentam sensibilizar motoristas imprudentes que não convivem bem com quem aderiu ao movimento, além dos governantes que pregam uma estruturação no trânsito, mas sem sucesso até aqui. Recife é terra de muitos lamentos, mas de muita alegria também. Em Casa Amarela, Ibura, Afogados, Alto José do Pinho, Arruda, Água Fria, Mustardinha, Morro da Conceição, Alto Santa Terezinha, Bomba do Hemetério, Várzea (bairros da periferia) é onde circula o verdadeiro sangue quente desta cidade. Quem diria um arranjo produtivo local fazendo sucesso e gerando renda. 

É Bombando Cidadania que a cultura vai despontando e mudando a vida do povo. É também apostando nas rádios comunitárias, nos artistas locais, na gastronomia e nos sonhos que se constrói um mundo de novas possibilidades. Imagino o que seria desse lugar sem a alegria do carnaval.

Penso o que seria do recifense sem sua mania de querer tudo de graça e de chorar na hora de pagar qualquer que seja o valor por um produto ou serviço. Todo mundo fala bem das festas que animam a capital pernambucana, mas, qual delas está preocupada com a produção local?

Eu me pergunto se essa gente ama a cultura local ou apenas usa como lobby para fazer uma média, com suas camisas floridas, chapéu do mercado e chinelo no dedo (não tô julgando ninguém). Não precisamos importar atrações e nem gastar metade do dinheiro publico com festas e “é ventos”, que não deixam frutos.

Imagino ainda o que seria desse povo sem os mercados públicos e suas delícias caseiras. Isso sem falar na cachaça que é mania de brasileiro, mas aqui é suplemento alimentar e remédio contra gripe, mal olhado, verme e até ressaca. Tento acreditar que esse paraíso não irá se tornar a próxima São Paulo e nem perder sua identidade. Tento ser otimista e incentivar nas pessoas o sentimento de coletividade, colaboração e pertencimento.

Eu vejo um universo de muitas possibilidades, que precisam de mais amor, tolerância e, sobretudo respeito. Eu sinto a insatisfação no olhar das pessoas que reprovam o progresso desenfreado desta terra.
Tem muita gente pensante nesse lugar, mas que precisa do apoio e da força dos cidadãos para conseguir tocar um Recife verdadeiramente criativo e gerador de encantamento. São pessoas como Paulo André do Abril Pro Rock que há mais de 20 anos luta para defender essa cidade e esse estado com um festival que é referência mundial.

Temos que tirar o chapéu para a garra de Roger de Renor que sempre defendeu a produção local e ajudou na carreira de muita gente com sua Sopa. A lista é enorme, com nomes que vão desde Maciel Salú, Isaar, Canibal, Mestre Meia Noite até Valdemar de Oliveira (in memorian), Leda Alves, Ronaldo Correia de Brito e tantos e tantos que tornaram este lugar mais agradável e significativo.

Nossa cultura e nossa gente são o nosso maior patrimônio. É nela que buscamos nossas realizações, criamos nossas crianças e mostramos ao resto do mundo nosso jeito de ser e fazer. Esse texto não tem a missão de criticar ou personificar a ação de ninguém. Ele é apenas um desabafo sobre a maneira como percebo a relação com o lugar onde vivo e amo. Quero ajudar a tornar Recife um lugar mais feliz. 
Chico Science tornou o mangue fonte de criatividade e símbolo da música sem barreiras que partiu daqui em direção ao mundo. Hoje temos Eduardo Campos, que ousou dar a este lugar novos títulos e Lula (mesmo sob críticas) que deu nome a esse lugar. 

Temos nossos times de futebol que resistem com sua beleza. Temos uma Copa do Mundo para abrigar em 2014. Do frevo ao maracatu de baque virado, do Mercado de São José ao Porto Digital, todo mundo aqui tem algo pra se orgulhar.

Uma cidade que não se desenvolveu, mas inflou, com a construção de prédios fabulosos, carros modernos e canteiros de obras por toda parte. Mesmo assim, é essa a cidade que temos e cabe a cada um de nós torná-la melhor ou deixá-la cair no véu do tempo que tudo destrói.

É isso.

“Um passo à frente e não estaremos no mesmo lugar.”